Política alimentar brasileira: fome e obesidade, uma história de carências
A Questão Brasileira, em que
milhares de pessoas não consomem, segundo a Organização Mundial da Saúde da
fome configura-se como um dos problemas mais graves e antigos da sociedade (OMS),
o mínimo de 1.900 calorias/dia. Muitas vezes, esta deficiência é consequência
de uma Renda familiar inferior a um salário mínimo mensal e de condições de
vida precárias. Uma das causas da Fome é a restrição de acesso aos alimentos e
não o descompasso entre a oferta e a demanda desses – a Fome no Brasil é
decorrência de uma questão de distribuição de renda desigual. Em nível de senso
comum, a fome provém da falta de alimentos, da privação à comida, contudo não
há uma fonte que comprove ou sinalize para a escassez de ofertas. Ao contrário,
a produção brasileira de alimentos é suficiente para atender às demandas da
população. O problema de acesso, conforme revela a PNAD (Pesquisa Nacional por
Amostras de Domicílio) de 2009, e de outras pesquisas ainda dos anos 1970, como
a ENDEF (Estudo Nacional da Despesa Familiar), é determinado pelas assimetrias
de renda, ou seja, as causas da fome estão atreladas à persistência de
restrições de acesso aos alimentos, motivadas principalmente pela questão econômica.
Por outro lado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) afirmou
que o problema do Brasil não era a fome, mas a desnutrição. 1 É impossível não
reconhecer a desumana condição de vida de milhares de pessoas no país, num
quadro de miséria absoluta, que não têm do que se alimentar; mas, por outro
lado, é verdadeiro que outra parte da população alimenta-se de forma equivocada
e desequilibrada, mesmo que não intencionalmente, motivada essencialmente por
desconhecimento e outros condicionantes, gerando um quadro de obesidade e
também de desnutrição. Infere-se que esse quadro seja consequência de má
alimentação – desequilibrada ou inadequada – e não da restrição de acesso aos
alimentos. Segundo a OMS, a obesidade também deve ser considerada como uma
forma de desnutrição (REPETTO; CASAGRANDE, 2005) e, nos indivíduos acima do
peso, o que se observa é que estão obesos. A Pesquisa de Orçamento Familiar
(POF) vem atualizando a situação da população em termos de alocação de renda
para consumo. O relatório de 2008/2009 mostrou que, dos 95 milhões de adultos
que participaram do estudo, 3,8 milhões de indivíduos apresentavam déficit de
peso. Outros 38,8 milhões (aproximadamente
41%) exibiam excesso de peso; e 10,5 milhões foram considerados obesos. Por
essa e
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